JANELA DO TREM

Cai a luz, fim da tarde

O ceu não é mais azul e destrói

Antes do sono reinar e o medo o acorde

Aquela ferida que não nasceu ainda dói

Agora é só remar contra o rio

Vamos então, o caminho ta vazio

Aproveite que o coração agora esta frio

Vamos, vamos, todos choram enquanto rio

Não, não, não

Não diga que é em vao

Basta estar no trem, não importa o vagão

Deixe os trilhos, viaje então

Esqueça que a vida é sua fobia

Olhe a paisagem

Deixe a cabeça vazia

Agora você vai

Onde nunca achou que iria

Outro dia agora vai

Outra sombra te atrai

Maldito não sei o que é que me trai

És filho, de si, não mais o pai

Nem pense em voltar

A porta não só fechou

Ela vai te trancar

A estação esta aí, mas o trem não chegou