Cá estou eu num submundo (?) de hipocrisias
Às vezes me pego refletindo
Se o que vejo e ouço me embevece
Pela capacidade de transcendermos o esperado
Ou pela negação da idiotice que é ser humano.
Às vezes, procuro no âmago de minh’alma
Um não- sei-quê de loucura
Por temer a (provável) hipótese
De que sou megalômana, insana
Vivendo num mundo que não é meu
Num tempo que me confunde
Numa profusão de momentos inglórios.
Como uma orquídea num deserto
Ou um demente sem rumo e fé
Me vejo numa pseudo-sociedade
Em que os sonhos giram em torno
De valores toscos e pueris,
Num covil de almas torpes
Que a mim nada dizem, ou fazem.
Sou simplesmente invisível, maculada
Ansiosa, tênue, frustrada,
Na tentativa de abstrair
O que tanto me consome:
Essa fome de entender.