Além do tempo
Nas horas tão morosas...
No voo imaginário...
Fujo à sua vertigem...
Voo o sem tempo... O sem razão...
Lá, aonde mora a minha fantasia
Recolho a imagem que me rende a calma...
Fujo do turbilhão do mundo em caos, dores que pipocam
Recesso necessário
Para não quebrar...
Depois retorno...
Enfurno-me no tempo novamente,
Sou peça do mosaico,
Não posso me furtar...
Reflito à lente que me mira
E fogo desta pira
Sou luz a iluminar...
Me deixo consumir...
Não fujo à leda sina...
O tempo me alucina
Despede-me do ser...
O que vai ser, não sei...
Sequer me preocupa...
Visão da mega lupa,
Não tenho, e deixo estar...
Certeza que me abona
É crer nesse mistério
Visão do cemitério
Jamais comporta o fim...
Há muito mais, além,
Do que a vista alcança.
A fé é que nos lança,
Tal a imaginação,
Ao infinito... A andança,
Foi só a iniciação...