Além do tempo

Nas horas tão morosas...

No voo imaginário...

Fujo à sua vertigem...

Voo o sem tempo... O sem razão...

Lá, aonde mora a minha fantasia

Recolho a imagem que me rende a calma...

Fujo do turbilhão do mundo em caos, dores que pipocam

Recesso necessário

Para não quebrar...

Depois retorno...

Enfurno-me no tempo novamente,

Sou peça do mosaico,

Não posso me furtar...

Reflito à lente que me mira

E fogo desta pira

Sou luz a iluminar...

Me deixo consumir...

Não fujo à leda sina...

O tempo me alucina

Despede-me do ser...

O que vai ser, não sei...

Sequer me preocupa...

Visão da mega lupa,

Não tenho, e deixo estar...

Certeza que me abona

É crer nesse mistério

Visão do cemitério

Jamais comporta o fim...

Há muito mais, além,

Do que a vista alcança.

A fé é que nos lança,

Tal a imaginação,

Ao infinito... A andança,

Foi só a iniciação...

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 17/10/2012
Código do texto: T3937165
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