**DE A, A Z**
Adormecida madrugada
Benditos sacrossantos sonhos
Calam-se no revolver da insônia.
Devaneios tortuosos, sem rumo
Escapam da mente atormentada
Ferem a paz desejada, natimorta
Gelam a esperança, o amanhecer
Horas tornam-se eternidade
Instigam a vigília indesejada
Julgam o réu sem crime cometido
Lentamente consomem forças
Medos tornam-se reais carrascos
Na escuridão dos pensamentos
Onde a claridade debate-se
Perdida nas estradas infindas.
Quando o brilho matutino esplendor
Raia reabrindo desafios recomeços
Sentencia-se um novo acontecer
Traduz-se nova luz no horizonte.
Urdindo o prenhe caminhar
Vitaliza-se esta vida sem viço
Xales de nuvens em revoada
Zelam por novos devaneios.