Lembrança de Giorgio de Chirico ___ um auto retrato...
VELHO ARMÁRIO
O Mar vai desmanchando um velho
/ armário
Toca piano nele
Ele babuja de espumas, a madeira
/ molhada se dissolve
e as gavetas abertas
deixam líquida a memória
As vagas o balançam, o arrastam
como se recordasse o arrastar dos
/ velhos dias
de mudança
É uma dança concreta, por todos
/ os lados
no peso da gravidade do mar
ele é manuseado...
As lembranças guardadas esmaecendo
/ fortalecem o furor das águas
salgadas salgadas
há uma conservação em tudo que não
/ se vê
e gargarejam seus desvãos
como as partições de uma gaita
tocada desse sol líquido que são as
/ verde azuis águas
viés do viés
Ocorre-me o Amor quando é luar
/ Também
somos armários
e lá nos longínquos o canto d'alma
/ guardamos como a água
guarda o corpo
na transparência das lendas e das
/ paredes
Águas também nos desfazem
Os tortuosos e famosos rios do tempo
/ que saem do bolso
da Vida como um lenço tão cheio de
/ esferas sutil
sutil
A água escorre já fomos cantil
e guardamos o adeus como
/ velha madeira...
Sumimos com ele, mas com seios
/ de eternidade dos chãos
/ de Primavera
mais sorte nós temos ___ mais que
/ ele são__ meios__ ( que )
a água o enterra...
VELHO ARMÁRIO
O Mar vai desmanchando um velho
/ armário
Toca piano nele
Ele babuja de espumas, a madeira
/ molhada se dissolve
e as gavetas abertas
deixam líquida a memória
As vagas o balançam, o arrastam
como se recordasse o arrastar dos
/ velhos dias
de mudança
É uma dança concreta, por todos
/ os lados
no peso da gravidade do mar
ele é manuseado...
As lembranças guardadas esmaecendo
/ fortalecem o furor das águas
salgadas salgadas
há uma conservação em tudo que não
/ se vê
e gargarejam seus desvãos
como as partições de uma gaita
tocada desse sol líquido que são as
/ verde azuis águas
viés do viés
Ocorre-me o Amor quando é luar
/ Também
somos armários
e lá nos longínquos o canto d'alma
/ guardamos como a água
guarda o corpo
na transparência das lendas e das
/ paredes
Águas também nos desfazem
Os tortuosos e famosos rios do tempo
/ que saem do bolso
da Vida como um lenço tão cheio de
/ esferas sutil
sutil
A água escorre já fomos cantil
e guardamos o adeus como
/ velha madeira...
Sumimos com ele, mas com seios
/ de eternidade dos chãos
/ de Primavera
mais sorte nós temos ___ mais que
/ ele são__ meios__ ( que )
a água o enterra...