Poesia sem Nome
Não sei o que é poesia
Mas trago algumas por certo
No avesso da alma
Bem perto
Onde as fronteiras da razão
Beiram a incoerência
Existem por existir
E teimam em extravazar
Não as culpo
Não respeitam limites, creio
Conhecem dias, horas, momentos
enfim
Ora estão dentro de mim
Ora já não mais
E vão e voltam
Feito chuva
Pudesse as compreender
Juro que o faria
Pudesse as interpretar
As decodificaria
Mas qual! são caminho difícil
Já não consigo atravessar
Apenas sinto
E sigo atrás
Como corça em busca das águas
Em cada estrofe
Em cada verso
Um espelho escondido
Em cada letra, em cada ponto
Um amigo
Tenho sede, tenho fome
Não desisto sem tentar
Sou o meu eu, poesia
sem estilo, sem abrigo
sem espaço, sem nome
Ainda assim existo
vivo, sobrevivo
Por amor
Sempre
simplesmente assim.