O planeta só chegou ao estágio em que se encontra,
E, que nos deixa a cabeça tonta,
Com tantos dados fora de propósito,
- Estranhíssimo depósito -
Por termos negligenciado,
Por não termos potencializado,
A sensibilidade.
Única forma de resgate de nossa humanidade.
A tal da luta pela sobrevivência,
Trancafiou nossa consciência,
Nos porões escuros da conveniência,
Sem qualquer assistência.
O terrível “vale tudo por dinheiro”
Brutalizou-nos, por inteiro.
Amordaçou nossas emoções,
Em troca de algumas posições...
Desde cedo fomos induzidos,
Literalmente, obrigados,
A satisfazer as expectativas de um capitalismo,
Completamente desprovido de ética e sentido,
Que nos deixou, desconfortavelmente,
Inevitavelmente,
À beira do abismo.
Fomos sim, evidentemente, enganados.
O ópio do consumo
Já devastou boa parte do mundo,
Das almas...
Cerrou boa parte das palmas.
Fraudou uma imagem de felicidade,
Impossível de se tornar realidade,
Pela famigerada competição,
Mãe de toda esta frustração...
Este aperto em nosso peito
Parece não ter jeito.
Mas, tem.
Vou além:
Vou além:
Independe de todos os valores consagrados,
Todos invertidos, propositalmente, trocados.
Está, unicamente, nas mãos suaves da sensibilidade,
Com sua poética, lírica, musicalidade.
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