O Rio

Me vejo neste rio.

Imenso!

Umas vezes calmo...

Outras revolto!

Tento voltar.

Impossível!

Posso nadar.

Infinitamente nadar.

Jamais voltar...

A exaustão me aquieta.

Sou levado em frente, rumo ao desconhecido.

A alegria de prosseguir!

O prazer de progredir!

Eis uma corredeira, uma turbulência...

Quanto mais resisto, maior ela se parece.

Tantos obstáculos.

Pedras!

Troncos!

Tanta coisa contra o que lutar...

E esta turbulência, que cada vez se torna maior.

Outra vez, a exaustão me leva em frente...

Parece mais fácil.

Não tento resistir.

A turbulência me conduz.

Os troncos seguem ao meu lado.

Posso me afastar deles.

Utiliza-los como apoio.

O Fluxo das águas, me desvia das pedras.

E emocionante!

Ao sabor das ondulações, as calmarias me dão fôlego.

As corredeiras me despertam.

É!

A vida me apresenta todos estes pontos... me oferece a realidade...

resistir é inútil. Viver ao sabor da vida, recebe-la como um presente.

O despertar de um problema.

O descanso da solução.

Finalmente entendo.

A viagem da vida... se chama felicidade!

Copyleft © 2002 Sincero Zeferino Filho (Oheremita)

Oheremita
Enviado por Oheremita em 25/02/2007
Reeditado em 28/03/2007
Código do texto: T392705