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INIQUIDADES


À janela do dia,
Derramamos nossas penas
Como se elas nos fossem levar, em um voo,
Até as portas da verdade,
 
Mas nossas penas, e nossas piedades
São coisas disfarçadas,
Lúdicas camadas
De pura iniquidade.
 
Seguimos pela vida, mostrando o que não somos,
Dizendo o que não queremos,
Escondendo o que pensamos,
Até que chegue a hora de entregar-se ao abismo
Às portas da noite negra e sem saudades.
 
Das janelas da vida,
Às portas da noite,
Nossa eterna, hipócrita
Iniquidade.


*
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 11/10/2012
Reeditado em 24/07/2013
Código do texto: T3926813
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