A chuva que cai agora, já não me refresca a memória!
E na ida da viagem
um sol estonteante
quente como antes
acompanhando o fim de tarde
Fui fazer o que hoje
andar pelo centro
sentir o calor pelo vento
que parado me ferve por dentro
Que vontade do ceará
3° andar, sem vista para o mar
mas com um vento maravilhoso
e deitar no sofá, pois calor não há
E seguindo a viagem
fui atrás dos meus ouvidos
sentir o som sozinho
pra perturbar a mente e o meu juízo
Mas que bom é o ruído
que sai e que entra
e em minha mente se inventa
e se traduzem as palavras
E mais tarde o retorno
mais de repente um tempo chuvoso
aproximara os pingos caídos
molhando os ciscos quentes de verão
Hoje, ainda olhei entre as cadeiras
o seu rosto se desfez, uma miragem se refez
no caminho o cheiro da água
e foi assim até a minha chegada
Lembrei de tempos de antes
mas não com a tristeza de ontem
por não vê-lo mais
aqui nos bancos de trás
O bonde não mudou
mas suas caras o modificou
habitantes desconhecidos
mais alguns já tinha visto
A vida passa e você sente
o catavento gira constantemente
tons de rosto diferentes
mas o seu já se encontra ausente
Já senti culpa por você
por não tê-lo visto antes
mas a vida me explicou
que não era pra ser assim
Talvez um dia de outro jeito enfim
você apareça no bonde ou sei lá aonde
e pelos bancos a gente se encontra
pois a chuva que cai agora, já não me refresca a memória!