São infindos meus seculares pensares
São úmidos e tintos
São meus olhares 
Debruço meu braço como ninasse minh’alma
Num meu próprio abraço


Em poéticos espasmos  me desfaço
Viajo há tanto...
Embalo meu ser em meus deitares
Num movimento calado de formas aladas
Inda assim meu passo é fundo...
Bebo de águas passadas


Em mortas horas descanso meu cenho pesado
E diviso meu sonho
Abafado...
E apuro meu olho antigo
E enxergo meu único abrigo
Em mortas horas..tão somente...


A tudo isto maldizes
Não enxergas o belo da noite
Os pardos matizes...



Do que se é em verdade ninguém sabe
Porque tudo em tudo cabe
Bem e mal variam do canto que s’espreita
E fazes de tudo um bicho de sete cabeças
Não vês que somos tu e eu 
Mas às avessas...
 
 





Adah
Enviado por Adah em 05/10/2012
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