Um corpo abandonado
Depois de tudo, se tornou só um corpo.
Abandonado. Pessoas: Amigos,
Familiares, queridos...
Mesmo em meio às lágrimas,
É o percurso natural da vida...
Até mesmo a alma que antes abrigava
Havia o deixado,
Foi a primeira que se foi...
Agora, assim, abandonado,
Antes o carcere*, agora o encarcerado,
No colo solitário, silencioso e gelado
Da terra que o acolheu...
O que lhe restou...
Ah, vida! Por que nos deixas cair
Nos braços gélidos da morte?!
És cruel, nos deixando cair neste abismo infindo,
De um sono profundo
Em que não se acorda mais...
*Carcere das almas (Cruz e Souza)
Rio, 3 de outubro de 2012.