Ventania

Uma grande ventania entrou pelo vão de minha janela aberta.

Meu quarto cheio de papéis diferentes e em todos os cantos,

se tornou chuva de papéis para todos os cantos, caiam muitas

palavras grudadas no papel, como: água, febre, pulso, vida,

canto, parede, horas, vazios, relógio, roupa, brincos, batons.

As palavras espalhadas se confundiam comigo, mas eu não

Sou papel. O papel é que me leva dentro dele, esmiuçada,

fortalecida, escorregadia, devagar, pronta e tudo para ser feito.

O vento, o papel, eu sentada em frente ao computador.

Tudo pode ser e virar história. No entanto, meu coração bate.