Esconjuro da tristeza...
Trôpegos passos
enlaçados
descompassados
por tropeços...
Gessos do comportamento
fazendo barreira
para o riso sorrateiro...
Aridez costumeira...
Tarde morrenta devorando o dia...
Poesia escassa...
Vida que passa sem a paga da alegria, em corredeira...
Alma à soleira
divagando solitária...
Eu sem razões tecendo a mágica do agora...
Num bota-fora, esperando algum milagre...
Sagre-se o momento e por alento, vague ao cento...
Morra em florada...
Povoa-se o nada, arco-íris no céu, voo de arribação...
Surja enfim a primavera tão sonhada...