Fortunato Depero ___"Movimento de Pássaro"___
DESEJO II
Desejo de fazer uma Obra
talvez ir no Início onde se vê tudo novo
/ onde a
luz conserva a saliva prodigiosa
/ da Criação
e quanto aos mares trilhá-los com um
/ arado sobranceiro
à tona trazendo algas conchinhas
/ peixes sorridentes
acendendo essa cor
que enlaça o céu azul horizonte
trazendo da palavra ontem hojes
/ resolutos
agudos como as sirenes de polícia
pacificados num azul vermelho desejo
de migrar ao Sul como as andorinhas
/ e de salas
de alma não sozinha __ acompanhada
caminhando na madrugada do dizer...
Desejo de escrever
com cotocos de lápis ___ derramar a
/ cera da vela
num sinete verde ___
de tudo dizer ___ um pergaminho
/ selado do mais amado uma
/ Manhã sonora
úmida de nascer de Sol.
Desejo de estar no caminho como uma
/ fonte à espera...
Desejo de abrir-lhe as águas com seu
/ leque de páginas
e tinta iridescente em que se sente
/ florir
o olho do lado de dentro.
Véus tenuíssimos percorrem as tardes
/ nas montanhas
uma obra ganha quando vida
remete-a recriada mais alcandorada
/ mais alta
que os rumos da estrela polar desejo
de soltar o mar do dizer ___ fazendo
/ ver
no sussurro do amplo os barcos nas
/ velas e os ventos
e a castidade perfeita das rochas.
As cobras anseiam o seio de Deus___
/ o veneno
perderem das longas presas
/ e recuperarem as asas
um dia houve-as na Sabedoria
___recuperar este dia!...___
Desejo de fazer uma obra espessa tocar
as cordas das ondas do Mar Vasta lira
cujo sal sempre a cantar convida
Talvez remarginar o mundo
/ sem medo...
Ver de novo a flor de Deus...
Desejo !...
DESEJO II
Desejo de fazer uma Obra
talvez ir no Início onde se vê tudo novo
/ onde a
luz conserva a saliva prodigiosa
/ da Criação
e quanto aos mares trilhá-los com um
/ arado sobranceiro
à tona trazendo algas conchinhas
/ peixes sorridentes
acendendo essa cor
que enlaça o céu azul horizonte
trazendo da palavra ontem hojes
/ resolutos
agudos como as sirenes de polícia
pacificados num azul vermelho desejo
de migrar ao Sul como as andorinhas
/ e de salas
de alma não sozinha __ acompanhada
caminhando na madrugada do dizer...
Desejo de escrever
com cotocos de lápis ___ derramar a
/ cera da vela
num sinete verde ___
de tudo dizer ___ um pergaminho
/ selado do mais amado uma
/ Manhã sonora
úmida de nascer de Sol.
Desejo de estar no caminho como uma
/ fonte à espera...
Desejo de abrir-lhe as águas com seu
/ leque de páginas
e tinta iridescente em que se sente
/ florir
o olho do lado de dentro.
Véus tenuíssimos percorrem as tardes
/ nas montanhas
uma obra ganha quando vida
remete-a recriada mais alcandorada
/ mais alta
que os rumos da estrela polar desejo
de soltar o mar do dizer ___ fazendo
/ ver
no sussurro do amplo os barcos nas
/ velas e os ventos
e a castidade perfeita das rochas.
As cobras anseiam o seio de Deus___
/ o veneno
perderem das longas presas
/ e recuperarem as asas
um dia houve-as na Sabedoria
___recuperar este dia!...___
Desejo de fazer uma obra espessa tocar
as cordas das ondas do Mar Vasta lira
cujo sal sempre a cantar convida
Talvez remarginar o mundo
/ sem medo...
Ver de novo a flor de Deus...
Desejo !...