Talento Sujo

Já fui taxado como um talento bruto, um talento sujo, um talento burro.

Para o primeiro busquei a razão, “A Critica da Razão Pura”, a filosofia e todos os seus Kants, Platões, Socrates, Tales, Senecas e me tornei critico. “Humano Demasiado Humano”, descobrindo que toda critica até mesmo a pura, nada mais é que Dura.

Para o segundo busquei a salvação. Ser casto. Os santos, as crenças; ser de fé. Purguei, confessei, dancei Candomblé, quis ser Católico. Deixei de ser laico, virei arcaico e descobri ser Caótico.

Para o terceiro li e reli, fadiguei a vista, gastei a vida. Rondéis, acrósticos, artigos, cartas e carretéis; cirandas e contos; vinho tinto, livros e cronicas. Casimiros de Abreu, Machados de Assis, em minha cabeça uma bomba atômica.

Por fim já não era bruto, sujo e burro, já não era um talento.

FSantana
Enviado por FSantana em 26/09/2012
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