De praxe
vou buscar não ridicularizar a sintaxe
serei o enigmático, leviano de praxe
causarei ao meu indolente, obsceno verso
inveja por ser a ele tão controverso
não sou minhas palavras, eu só as rimo
nem sou a idéia que fazem delas, isso eu abomino
sou a dissimulação, o espectro do real
faço vaticinios e concordo o faço mal
nas entrelinhas me encontro evasivo
hora sou natimorto , hora me mostro muito vivo
a natureza não a declamei em toda sua forma
do contrário ao não visto reclamei todas as normas
apaixonei-me diversas vezes, sempre às escondidas
vivi nessa passagem terrena muitas e muitas vidas
os amores que não tive,foram vários
eu os tenho todos anotados em meus diários
se debaixo de espécies abundantes em nossa flora
estive, projetei um futuro não sucedido, glorifico o agora
a quem me julga e me põe, com escárnio, de lado
eu cumprimento, pois estes sim alimentam todo meu fado
leiam-me não com a sã e casta piedade
pois buscam a loucura e elogiar-me ... isso sim é maldade
Fernandes Oliveira