De praxe

vou buscar não ridicularizar a sintaxe

serei o enigmático, leviano de praxe

causarei ao meu indolente, obsceno verso

inveja por ser a ele tão controverso

não sou minhas palavras, eu só as rimo

nem sou a idéia que fazem delas, isso eu abomino

sou a dissimulação, o espectro do real

faço vaticinios e concordo o faço mal

nas entrelinhas me encontro evasivo

hora sou natimorto , hora me mostro muito vivo

a natureza não a declamei em toda sua forma

do contrário ao não visto reclamei todas as normas

apaixonei-me diversas vezes, sempre às escondidas

vivi nessa passagem terrena muitas e muitas vidas

os amores que não tive,foram vários

eu os tenho todos anotados em meus diários

se debaixo de espécies abundantes em nossa flora

estive, projetei um futuro não sucedido, glorifico o agora

a quem me julga e me põe, com escárnio, de lado

eu cumprimento, pois estes sim alimentam todo meu fado

leiam-me não com a sã e casta piedade

pois buscam a loucura e elogiar-me ... isso sim é maldade

Fernandes Oliveira

Poeta Fernandes
Enviado por Poeta Fernandes em 23/02/2007
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