A Cabeça
Quem não sabe nada, nada
Nesses tempos de política
Como bois segue a boiada
E, sem nenhuma ideia crítica
Diz querer, sem o ódio conter
A cabeça de alguma vítima...
A minha cabeça firme e consciente
Não a dou a ninguém, porque
Só eu sou detentora do que sei
Das ideias, dos valores que formei
Da boa educação e eficiente estudo
Dos sentimentos, da moral e do amor
Que dos meus amados pais ganhei...
Podem, sim, com ódio, tirar de mim
O que não é meu, nem de ninguém
Um cargo passageiro que tem fim...
Isso, sim, vai mitigar a sede e o desejo
Das mentes vazias que usam o ensejo
Da política para aplicar o rancor que destrói
Contradizendo quando dizem que livres são
Quando não respeitam a liberdade do irmão...
Mas pergunto: querem minha cabeça?
E respondo: Ninguém, travestido de poder
Pode tirar a minha cabeça de mim...
Pessoas que só isso sabem falar
Não têm em suas cabeças nada
Nada que se possa aproveitar...
A minha ética e idoneidade moral
A fé que me mantém, o amor, a inteligência
Isso faz parte do meu ethos, da essência
Que compõem meu eu mais profundo
E não me deixo , portanto, seduzir
Pelas coisas passageiras desse mundo...
Esses são traços repletos de expressão
Tem cores vibrantes e as cores suaves do céu
Porque enxertados de amor, alma e coração
Diferente daqueles que têm em si um rio seco
E ficam a ouvir o eco do seu mundo vazio
Em algum lugar perdido, talvez em algum beco...