Contemplo
Contemplo o vento
Centrifugando roupa seca no varal.
Vejo tudo depressa
As coisas valorosas
As dores viscerais.
A ingerência da razão
E os apelos emocionais.
Contemplo a semente que grita
Em solo ressequido
Um pouco de vida a mais.
Aproximo a imagem
A palavra que quer sair explodindo
O mar todo invadindo
Inundando o cais.
É tudo tão preso
Honesto...indefeso.
Às vezes tudo tão solto
Em mar revolto.
Nenhuma palavra
Nenhuma sentença
Apenas vida e presença.
O silêncio indaga:
Dizei-me...coração
_ O que queres
Dessa frágil emoção?