O Verdadeiro Eu
Às vezes, sinto como se não sentisse,
Fosse de outro o peito que dói,
Fosse de alguém diferente esse vazio,
Essa sensação de escárnio e medo.
Medo de quê? Não sei.
Medo da chuva que cai, do homem que ri
Medo do vazio crescente no peito
Da sensação de implosão...
Talvez medo de ter medo.
Medo de mim mesmo.
Onde, por Deus, ficou minha verdadeira alma?
Onde ficaram as brincadeiras de infância?
Onde foi esquecido o sorriso puro,
Aquele despreocupado, sem o travo de amargura?
Quis entender Arantes...
De alguma forma, entendi.