PLASTICIDADE
PLASTICIDADE
Belos copos descartáveis de plástico,
Belos corpos descartáveis de plástica
Servem as gotas de euforia estática,
Entre luxos e lixos do vazio prático...
Belíssimos copos cheios do nada,
Belíssimos corpos vazios de tudo,
E paradoxais como um grito mudo,
Ecoando sinais de uma encruzilhada...
Belos copos descartáveis de festa,
Belos corpos infláveis de estética,
Brindam prazeres que o tempo empresta,
Com juros impagáveis de uma dor sem métrica...
Mas não é tão estranho ver como são jogados
Esses corpos e copos descartáveis de plástico,
Como são usados e pisoteados,
E substituídos no modismo prático ?
Ah, quem nos dera, amigos, reciclar,
Não apenas os copos de ilusões vazias,
Mas todas as ideias que são vendidas, frias,
Pelo mundo, injusto, que não faz pensar...
E, talvez, assim, pudéssemos brindar
A paz, sem plástica nem hipocrisia,
Sem copos ou corpos para descartar,
Mas com taças eternas de sabedoria.
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