ÁGUA
ÁGUA
Enfim chuva
Enfim água
Que desagua
Cai como uma luva
Lava o ar
Limpa o olhar
Antes embaçado
Agora desvendado
Insipida, incolor, inodora
Sem nenhum charme
Cai com ou sem alarme
Mas a vida nela se escora
A terra tem cheiro agora
A árvore chora e aflora
E a gente respira
E o aroma aspira
A Terra é água doce e salgada
É vida espraiada
Nós, água vermelha
Que nos mantém a centelha
Tudo é liquido e certo
Embora não pareça
E que a gente não se esqueça
Da nossa origem e do incerto
A água é divina
Nela ficamos mergulhados
Até nascer e sermos jogados
No mar que nos fulmina