EXERCÍCIO RIMADO
(Uma tese sintética e extra oficial da poética reformulação gramatical).
Às vezes, a Gramática,
sem dúvida, é um pouco, complicada,
tem uma injusta temática
e, pra quem não é mouco, soa errada.
Adjetivos que usamos
devem ter correções, sem picardia...
Logo, senão vejamos,
algumas confirmações do dia-a-dia..
Uma pessoa exata, justa,
doce, sincera, bondosa,
não se afeiçoa à permuta
que vocifera maliciosa...
Para explicar, em suma: na norma
bem inexata, se o sufixo
da palavra “exatamente” deforma
e desacata, ele é prolixo.
Ora, se a pessoa considerada “exata”,
mente, então, nossa norma gramatical
vigora de maneira errada e a errata,
de repente, virá de forma extra oficial...
Numa alteração sugerida,
“exatamente” se transformaria, na simplicidade
da “exataforma” preferida,
que não mente e confirmaria uma boa realidade.
Importante: a sincera forma de dizer
o que deve ser dito, na pura norma,
não se conforma com um desprazer
breve a ser proscrito “futuraforma”.
Nos sufixos reformulados,
em um dialeto da atualidade,
alguns adjetivos utilizados,
por certo, provariam a verdade.
E mais: o verbo ter, conjugado
como tinha, soa esquisito,
em um sufixo mal empregado,
na pessoa de rosto bonito.
O diminutivo de beleza
é diferente do da bonita no desterro,
cujo adjetivo, com certeza,
entoa imprudente e incita a um erro.
A beleza até que dá e passa...
A bonitinha já é do passado...
Quem tinha beleza na praça,
ficou feinha. Está explicado?
Ao invés de se afirmar:
“Aquela pessoa é bonitinha!”, convém
esse tal revés consertar...
Sem balela, soa bem melhor “bonitem”.
A palavra “denegrir”,
também, deveria ser abolida,
pois só vem sugerir
uma discriminação indevida.
Por que não usaram
a palavra “denebranquear”,
quando oficializaram
um sinônimo para “difamar”?
Se a escravidão já foi abolida
(Será que ela já foi mesmo? Quem dá a pista?),
a função da palavra “denegrida”,
oriunda de “denegrir”, tem uma função racista.
Eis uma opção sensata:
nem “denegrida”, nem “denebranqueada”
contêm a dicção exata...
Logo, a palavra que convém é difamada.
Do adjetivo da pessoa
que aposte na “vagabundagem”,
eu me sirvo como boa
resposta ao erro de linguagem.
Se a região glútea, no dicionário,
é, também, chamada de “bunda”,
há colocação dúbia no sanitário
de uma reformulação profunda...
Ao contrário de “vagabundagem”,
soaria bem melhor “vagafuncionalidade”,
para um rosário da má imagem
que diria “amém” à uma pior ociosidade.
A minha reformulação da Língua Portuguesa
traz algum mero exercício rimado.
Ela, então, ficará à míngua, com toda certeza...
Mas, reitero o benefício informado.
Porém, quem quiser, discorde do que eu expus.
Não me importo com críticas deturpadas
de quem me disser que, no acorde que compus,
eu me reporto com “inverídicas rimadas”.
Paulo Marcelo Braga
Belém, 13/02/2007
(20 horas e 34 minutos).