LUZ
Luz que brilha,
Brilha tanto,
Que se recusa a brilhar
Nos pântanos
Do desencanto!
Qual o valor do teu brilho?
Luz que aquece,
Mas que se esquece
De que existe um outro frio
Necessitando ser amado,
Agasalhado!
Teu amor saiu dos trilhos...
Luz que imanta
E que encanta
Com suas faíscas multicores
Mas que não brilha
Além dos próprios louvores...
Que tristeza!...
Tanta beleza,
Tanta nobreza,
Tudo tão fútil!
Luz que brilha, e que apaga
O próprio brilho, ao julgar
Que outros brilhos são inúteis!
Tua luz brilha, e tu não sabes
Que quando for de verdade
Não escolhe a superfície
Sobre a qual irá brilhar...
Isto não seria direito,
Esse brilho seletivo
Que escolhe onde rescinde
No crivo do preconceito!
***