No escuro

Nesse instante está escuro.
Meu instinto então, apuro
E, como encantada, juro
Que vou ouvi-lo em silêncio
Aceitando o desafio:
Vou ouvir do meu futuro.

Ah! Esse instante é flexível,
E eu preciso de um papel
Porque vou pintar um verso,
Pra ofertar à escura noite,
Num poema de pernoite
Que faço como um laurel.

Ah! A sombra dança séria,
Mas não esquece a miséria
Daquele pobre albergado.
Que sofre pelo abandono,
Que perdeu tudo até o sono
Lá no escuro acocorado.

Busco lápis ou caneta
Transformando-me em poeta;
Escrevo aquilo que sinto
Com as rimas mais bonitas
Pois o instante necessita
E o que merece o recinto.

Até o escuro tem seu brilho,
Não oferece empecilho
A quem, admirar, deseja.
Meu poema vai surgindo,
Na escuridão intervindo
(Ah, a poeta? Ri, e festeja!).

Mas o escuro não é eterno!
Apenas é hodierno...
E dialoga com a Paz.
Vai mostrando à “poetisa”
Que o escuro a satiriza
De uma forma perspicaz.

Não demora e ele se vai.
Em paz, poeta distrai:
Ri dos suspiros que deu;
Ri da lágrima caída
Dama da noite florida...
Do poema que nasceu










MVA
Enviado por MVA em 13/09/2012
Código do texto: T3879864
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