Muita coisa
É inquieta
Essa humildade orgulhosa
É bem mais
Que a inércia a beira do rompante.
Talvez seja algo como
Esse orgasmo pulsante
Colhendo olhar lancinante.
Muita coisa em mim
Se parece com a flor
Abrindo lá fora.
Mas são as páginas dos livros
Em luzes próprias me terminando.
Cercada...em paredes
Em silêncios relevantes
Em cada sentido que me devora.
Tenho visões
Que nunca sei se condizem
Mas sei que o que está entre
Salta o tempo todo nessa consciência
Nesse mais um pouco de paciência.
Isso de estar no meio já me assusta
Por não saber se sei ser outra coisa.
Ando meio extrapolada de mim
Acho que quero que outro
Me queira muito mais que ando me querendo.
.
Parece que tudo o que é meu
Já venceu e ando em atrasos.
Por saber que a vida é só o agora
Mesmo nunca parecendo ser a hora.
Acho que o segredo da tal felicidade
Possa morar ai
Onde deixamos tudo escorrer pelos dedos.
Na complexidade que damos aos sentimentos
Aos vãos...aos exatos momentos.
Quero ser amada por nada
E que o encanto nasça justamente ai.
Parar de perder tanta vida
O sol brilha com tanta gentileza.
Encontrar em cada gesto de amor
Toda e qualquer beleza.