Muita coisa

É inquieta

Essa humildade orgulhosa

É bem mais

Que a inércia a beira do rompante.

Talvez seja algo como

Esse orgasmo pulsante

Colhendo olhar lancinante.

Muita coisa em mim

Se parece com a flor

Abrindo lá fora.

Mas são as páginas dos livros

Em luzes próprias me terminando.

Cercada...em paredes

Em silêncios relevantes

Em cada sentido que me devora.

Tenho visões

Que nunca sei se condizem

Mas sei que o que está entre

Salta o tempo todo nessa consciência

Nesse mais um pouco de paciência.

Isso de estar no meio já me assusta

Por não saber se sei ser outra coisa.

Ando meio extrapolada de mim

Acho que quero que outro

Me queira muito mais que ando me querendo.

.

Parece que tudo o que é meu

Já venceu e ando em atrasos.

Por saber que a vida é só o agora

Mesmo nunca parecendo ser a hora.

Acho que o segredo da tal felicidade

Possa morar ai

Onde deixamos tudo escorrer pelos dedos.

Na complexidade que damos aos sentimentos

Aos vãos...aos exatos momentos.

Quero ser amada por nada

E que o encanto nasça justamente ai.

Parar de perder tanta vida

O sol brilha com tanta gentileza.

Encontrar em cada gesto de amor

Toda e qualquer beleza.

Lucinda
Enviado por Lucinda em 10/09/2012
Código do texto: T3874321
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