NADA A OFERECER
Ninguém tem nada a me oferecer
Só uma chuva de hipocrisia
Que insistem que tenho que entender
Acham que pensar é ato de heresia
Não tenho nenhum professor pra me ensinar
Só vejo uma legião de cegos
Que se consideram dignos de julgar
Com seus pseudo valores vagos
Dizem saber o que se deve fazer
Pra que lado olhar
O que na sexta não posso comer
Tentam então me domesticar
Talvez eu esteja uma geração afrente
Eu não sigo nenhum modelo
Se o inferno for assim tão quente
Não vou temer, vou levar um pouco de gelo.
Dizem também que não posso negar
Que devo me submeter
Que devo adorar
É me curvar, sem querer entender
Eu só vejo uma legião de desesperados
Se afogando nos próprios erros
E ajoelhando para serem perdoados
Enquanto choram se imaginando em todos os enterros.
Talvez um dia alguém me aborde
Me mostre o que realmente é certo
Talvez eu acorde.
E veja um mundo realmente aberto.