O Mal
No casebre abandonado eu deixei minha luz
Na esquina sombria a solidão me conduz
Guiando-me nas beiras da morte
Sobre o mal dos sem sorte
Onde tudo se vai em um pensamento nefasto
Formado a partir da decepção e desilusão
De tudo aquilo que formou uma crosta em meu coração.
Possuído da dúvida que não passa
E do medo que a tudo afasta
Quem eu sou para reclamar de injustiças
Quando olho a minha volta e encontro pestes piores
Dementes e sebosas
Que aos homens de bem
Levam tudo, desde pão a doces rosas...
Ouço ruídos de um amanhecer distante
Procuro um apoio em uma madrugada sufocante
Tão difícil é não acreditar em você
Sendo máxima da minha existência
A única coisa que me faz ter paciência
É o Senhor meu Deus
O poder da escolha a todos nós ele nos deu!
Mas esse poder é mal usado
De todas as formas o humano é ingrato
Voltando a mim
Sou apenas mais um
Que enxerga demais
Pouco fazendo sou capaz
Assim estou, humano eu também sou...
E quando a reflexão acaba
Tudo que resta são vidas mal amadas
Sonhos interrompidos
Montes de corações feridos
Lágrimas extintas
Cicatrizes profundas
De um dia triste e uma lembrança imunda.
Memórias sórdidas.