“Até onde ele vai? Até quando ele aguenta?”
Como se minha pele falasse por mim. Como se meus sonhos dissessem o que seria de mim. Como se meus pés dissessem o tanto que caminho e tenho que seguir adiante. Como se meus lábios dissessem o quanto degustam deste mar de gente salgada e destes doces de efeitos melancólicos. Como se meu corpo soubesse de tudo que me cerca, nesta cerca de vida de arame farpado. Como se tudo aquilo que eu passasse por diante já dissesse ser parte da minha genética. Talvez façamos parte de um instrumento de laboratório. Talvez sejamos parte de uma tese: “Até onde ele vai? Até quando ele aguenta?”
Renato F. Marques