MEU TEMPO

Há um sol indigesto

Se pondo no meu quintal

Onde o inverno ainda se deita

Impeço que as cortinas dos meus olhos

Se fechem

Inalo a fumaça das horas queimadas

Guardo seu lamento

Quando somem no breu do tempo

Porque a vida me é cara!

Há um sol indigesto

Que se pondo no meu quintal

Nos últimos lampejos do inverno indeciso

As cortinas dos meus olhos

Insistem em se manter abertas

Meu olfato, no entanto, inala

O cheiro de fumaça das horas queimadas

Meus sentimentos somem devagar

No breu do tempo

Guardo os lamentos na algibeira

Procuro ser otimista

E embora o mundo me desconserte...

Eu tento achar um sinal de esperança

Porque...

Por alguma razão, a vida me é cara!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 01/09/2012
Reeditado em 19/09/2015
Código do texto: T3860012
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