MEU TEMPO
Há um sol indigesto
Se pondo no meu quintal
Onde o inverno ainda se deita
Impeço que as cortinas dos meus olhos
Se fechem
Inalo a fumaça das horas queimadas
Guardo seu lamento
Quando somem no breu do tempo
Porque a vida me é cara!
Há um sol indigesto
Que se pondo no meu quintal
Nos últimos lampejos do inverno indeciso
As cortinas dos meus olhos
Insistem em se manter abertas
Meu olfato, no entanto, inala
O cheiro de fumaça das horas queimadas
Meus sentimentos somem devagar
No breu do tempo
Guardo os lamentos na algibeira
Procuro ser otimista
E embora o mundo me desconserte...
Eu tento achar um sinal de esperança
Porque...
Por alguma razão, a vida me é cara!