MEU ERRO
Esperei que o mar
Fosse doce
(Embora não fosse).
Eu pensei que o vento
Traria perfumes,
Mas não trouxe...
Desejei que uma flor
Se abrisse
E jamais murchasse,
Desejei que o tempo
Não passasse...
Eu pensei que o amor
Compreendesse
Sempre, incondicionalmente,
Mas o amor esqueceu-se
De amar; retirou-se
Ao trazer consigo
O castigo,
Desamou-se...
Quisera abraçar e trazer
Sempre comigo,
A certeza tranquila,
A esperança trançada
Nos cabelos!
Mas a trança desfez-se,
A esperança partiu-se
Em pedaços pequenos
Cortados em foice...
E de erros em erros,
O que eu esperava
Tornou-se pó,
Foi soprado sem dó
Pela boca profana,
Pela voz rouca, louca
Sussurrante.
*