As Criptas
Construo cidades aqui dentro,
edifícios, casas, escolas.
Torres altas, as quais subo
e admiro a minha criação.
Logo as abandono
e nelas habitas os meus
anjos e demônios,
meus sonhos e paixões.
Cidades fantasmas,
belas casas inabitadas
ocupando espaço na alma.
Meus flagelos.
Os anjos partem
e os demônios tomam conta,
não me atingem,
mas lá estão.
Às vezes fazem
uma revolução,
chegam perto
da destruição.
Mas como não tem a razão,
a paz permanece aqui
em meu coração
e intocada fica a imaginação.
O amor inventa,
cria e recria,
mas permanecem vazias,
estas cidades que chamo de criptas.