Neste meu universo particular
Neste meu verso noturno e soturno
Penso que  sempre hei  de morar

E já que é tal meu letrado destino,
Acato
Sorvo um tanto de tudo que miro 

Cismo nas horas pintadas de prata
Que uns dizem mortas, mas que penso portas 

Que por vezes são horas molhadas
E formam garoas
Véus das santas dos céus
Ou de minha magoada face ,aproximadas
Olhos d'agua...



Nestas horas é que choram os cellos
Porque as noites são feitas  de dedos que correm graves em cordas 


E são estas sonoras divagações
Dum denso tão imenso
Qu'em via oposta a tais gravidades
Posso voar

As notas lentamente roçando... 
Rondando...
Rodando...em minha mente

Como fora um sonoro bailar
Puindo mi’as  cordas
Fiando mi'as formas

Ouço e penso:
Talvez não partam-se já
Talvez não seja o fim do lamento
Talvez ainda mais toque

Num choro sem fim...
Num toque
Dentro de mim...

 
Adah
Enviado por Adah em 21/08/2012
Reeditado em 22/08/2012
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