Neste meu universo particular
Neste meu verso noturno e soturno
Penso que sempre hei de morar
E já que é tal meu letrado destino,
Acato
Sorvo um tanto de tudo que miro
Cismo nas horas pintadas de prata
Que uns dizem mortas, mas que penso portas
Que por vezes são horas molhadas
E formam garoas
Véus das santas dos céus
Ou de minha magoada face ,aproximadas
Olhos d'agua...
Nestas horas é que choram os cellos
Porque as noites são feitas de dedos que correm graves em cordas
E são estas sonoras divagações
Dum denso tão imenso
Qu'em via oposta a tais gravidades
Posso voar
As notas lentamente roçando...
Rondando...
Rodando...em minha mente
Como fora um sonoro bailar
Puindo mi’as cordas
Fiando mi'as formas
Ouço e penso:
Talvez não partam-se já
Talvez não seja o fim do lamento
Talvez ainda mais toque
Num choro sem fim...
Num toque
Dentro de mim...