O CICLO
Sou por acaso
Vitima do inocente
Planta fora do vaso
Plantação sem semente
Tão justo e um pouco sério
Contador de histórias calado
Comunicador que guarda mistério
Seguindo frente, sempre parado
Um mergulho nas águas do deserto
Mostra um estranho sentido
Já não esta longe o que nunca se quiz por perto
O vaso sombrio parece florido
Enxergar torna turva a visão
A esfera suprema por um instante não gira
Vejo o castigo sendo o único pão
Enquanto o peso nas costas se atira
Cinza agora não é apenas uma cor
A ferida aberta
O amargo, o rancor
A caminhada incerta
O domínio da dor
Respirando desespero pra dentro do pulmão
Sentindo óleo viscoso brotando da mão
Nunca imaginei que o maior grito fosse dado em silencio
E que o pior medo é não ter mais o que temer
Que pior que não saber
É não ter porque entender
Só há uma certeza, uma promessa
Aqui tudo termina
Quando tudo recomeça
É um ciclo, que também é uma roda
Horror supremo, que nunca cessa.
Mas porém é uma escola, anos levei até entender
Sofrimento não é só castigo
É uma chance de crescer
Seu mundo não é seu umbigo
A vida não é curta,
Aproveita-la não é se condenar
Se acha que este mundo é que te assusta
Existe um sofrimento que pode nunca terminar.