Morte pelo olhar

Nunca imaginei que o verde

Traria a tona tanto calor

Distraído pairava qual pardal banal

Quando me vi foco daquele olhar.

Olhar que consumiu meu âmago,

revirou minhas entranhas.

Olhar falconídeo, hipnotizante,

predador, assassino, sequestrador.

E a pergunta que tentava sair,

e que eu tentava prender:

És anjo, besta ou demônio?

a pergunta rendida com uma voz embargada.

Como resposta, apenas o desenho

de um sorriso irônico.

Foi num olhar que me aqueceu,

consumindo todo o meu pudor.