A PRIMEIRA LUZ

Do curioso olhar que se move,
Nas vias sinuosas, indefinidas,
Do sonho que impera, sorve,
Os mistérios, as paisagens da vida.


Dos versos tingidos de loucura,
Fluidos de uma alma errante,
Que tece ilusões - procura...
No tempo, um tempo confortante.


Das essências românticas, afloradas,
Criando um ambiente multicor,
Das retinas meninas, encantadas,
Com a beleza do sol a se pôr...


Do longínquo, do tão perto,
Dos siderais, iguais, dos diferentes,
Do transcendente, do concreto,
Do que é, do que não, do reticente...


Da lua platina que me namora,
Desnuda, divina, indiscreta,
Do tudo, do nada, da janela aberta,
Para
a primeira luz da aurora.

Do antes, do depois, do agora,
Discorro... até acho que sou poeta.