Vinhos e almas
Um vinho, numa noite fria de ventos,
é como um olhar que espia atento,
uma alma frígida de olhos desatentos,
mas que logo se aquece, após percebimento
dos olhares que a viam naqueles momentos...
Daí, vinhos se misturam em instantes,
numa só mesa, copos diferentes
- mas às vezes, um copo somente -,
saciando bocas e lábios sedentos...
Eis que logo corpos se tocam ardentes;
confundem-se vozes, gestos, pensamentos...
E vem o dia, indo a noite lentamente,
tornando almas, íntimas, aderentes...
Num dia, depois de noites e dias incessantes,
tudo se esvai inesperadamente...
Voltando ao vinho, a alma tenta novamente
reviver o que lhe parecera felicidade eternamente...
Imagem: Google - magregoracci.blogspot.com