APENAS POESIA
Decidi acordar de mim,
rasgando meus costumes.
Decidi que seria assim:
às claras e à lume.
Decidi mudar os verbos,
entregando-me ao vento.
Decidi fazer versos,
até ruir meu pensamento.
Decidi levantar os olhos,
e ver além da vaidade.
Decidi jogar os abrolhos
e cobrir-me de verdade.
Enfim, decidi ser crua,
Ser nada de uma fatia.
Deixar a alma seminua
e ser apenas poesia.