Ferida pulsante

Hoje eu tinha que contar isso:

Fiz um rosto no papel

Um circulo grande e dois menores

Mas não consegui traçar o sorriso.

Porque tão triste?

Triste não. Sóbrio.

Vejo minha vida, vejo o mundo

e não acho graça.

Não vejo humor.

Tudo o que me move é vontade,

ódio e violência:

mate, destrua, altere

gritos, tambores e metralhadoras

em uma ciranda macabra.

Porque tanto ódio?

Porque tanta violência?

Porque tanto sangue escorrendo de mim?

São respostas condicionadas pelo meio

que altero a cada momento...

Ódio! Ódio!

Violência!

Sangue que esvai pela face

O osso desse cadaver perfura meu crânio.

Onde há fuga?