Mark Rothko ___" Sem Título "


   
   COMO SHEERAZADE



   Não há narração que baste
   para falar dos Caminhos do Homem
   É que não somos uma narração
   mas uma abrangência
   assim é que o mar é todo mar, reflexo
   de si mesmo ___ mais a espessura
                                                     / das ondas...
   Por isso, antes de toda a narração,
   há de estar a Poesia !...
   porque a Vida é uma ilha que não está
                                                 / nela, mesmo,
   ___onde ao menos___
   coqueiros cantam.
   A porta aberta da poesia é vento que
                        / dobra o__ si mesmo...__
   Esse ponto de luz é glorioso;
   conduz à raiz da Vida...
   de quando ela era puríssima_
                                                   / e ainda é_
   a soar.
   Mais vale o Mar__ considerado em si
                          / mesmo__ que todas
   as histórias dos marinheiros!...
   Possui um meio dia de calma
   que se reflete ser
   __e é caminhar sobre as águas!...__
   Narramos para distrair esse
                       / abrangente, que se sente,
   sem palavras!...
   e rara é a perfeição do Coração!...
   Nosso amor humano cabe em histórias,
                                                             / não
   o Amor.  
   Sei que isso traz desassossego__ tolda
                 / essa luz puríssima da tarde...
   traz a noção de uma alma que ( ainda )
                                  / não se demora!...
   mas temos__ fé ___tudo é construir
                                            / _em se ir_
   a Glória sustenta a Glória ___pelo
      / menos em Poesia !... hora da hora...
                                         / por isso
   como Sheerazade
   ___conto essa história !...
_______