UM ETERNO SOL
O gosto da aveia me faz lembrar de
/ flautas
Ah! esses trigais bem penteados como
/ os cabelos do sol solto
em ondas...
O vento procura o vento num
/ infindável atar
Bucólica...
com o bucolismo que tem perseguido
/ toda a Literatura
com manhãs mediterrâneas
cheias de olivas ___ e as folhas das
/ velhas parras
que fazem a Canção do Vinho !...
Anacreonte ainda canta temperado
/ pelos trópicos na Grande
/ Manhã de Sol
Pórticos antigos, rijos como navios
e essa clareira que tudo significa
de uma forma ( mais ) rica ___ mal-
/ grados as distâncias do tempo...
Passa um menino tocando uma flauta
/ levando os bois
Gloriosas rosas se derramam de Vida
Pátios ensolarados espanejam o ar,
/ a água brota
fontes dos caminhos
e há abluções espalhadas por toda
/ a parte !...
A arte de viver sobreleva como uma
/ adutora
e os sólidos arcos vão conduzindo
/ e espalhando água nos caminhos
chafarizes
onde vêm beber os pássaros
com as penas úmidas de melodia e os
/ bicos de azul dia
unidos à Vida !...
É um só canto...
e o encanto da tarde reparte sons
/ de cítaras e palmas de pés
/ de dançarinos
leves como o vento
nessa eternidade que brota no ar
e tudo irradia
Lá longe se anuncia ( mais um ) outro
/ nascer Solar...
Somos eternos ___ como as chamas
/ do Sol que nos agracia
em folhas !...