MEU FUSQUINHA VELHO...
Minha poesia é um fusquinha
velho
Fico envergonhado em meio aos
carrões
Mas o que há de se ter certeza
/ que brilha
o brilho humilde
de um ser todo motorista
como um seixo carregado pelas águas
na densidade da existência
em música recoberta
batendo na areia...
Me desfiz de todas as raridades
me fiz só poesia
Os quilômetros de páginas lidas, as
/ prosas estudadas, as teorias
/ concretas ou sutilíssimas
/ todo esse "parfum"
de Vida em mais Vida
___admiro!...___
mas não me pertencem
Apenas é meu esse para brisas
em meia lua
sob chuvas e os paralamas das lamas
/ cotidianas
num exercício humilde...
Um para brisas que abre o ar como
/ um espelho
__vivo e mágico espelho__
de acesso a Outros ___ meu
/ tesouro !...
e, pendurado, pra dar sorte nesse
/ enfrentamento cotidiano
/ contra a morte
um pé ___branco !... ___
de Coelho !...
Sou um fusquinha e um corpo
/ ( que se quer ) inteiro
esse o
___inexistente ___ segredo !...