Palavras Involuntárias
Toda vez que eu digo “não”
Quando quero dizer “sim”
É como se me arrancassem um pedaço
E minha vida não significasse nada.
Toda vez que eu digo “sim”
Quando quero dizer “não”
Me sinto tão inútil,
Como se eu não tivesse nenhum controle sobre mim.
Minha boca, tua boca
Vomitam qualquer coisa
As palavras se atropelam
E no fim, ninguém disse o que queria dizer.
O que sentimos, porém
No mais profundo “eu”
Esse não pode ser dito
Mas os olhos o sabem explicar.
Porque palavras não são o que parecem
E nem o que tentam parecer
São signos involuntários,
Ditos, sujos, jogados – que no fim
não significam nada.