Navega
Navega esse barco velho construído de sonhos não vividos.
Barco sem rumo em águas ora calmas, ora bravias.
Navega ansiando a terra.
Sem nenhuma bussola para indicar o norte.
Em noites enfeitadas brinca com as estrelas, desejando a lua.
Em noites de tempestades se perde na escuridão.
Brinca com a solidão.
Em dias claros rompe as águas, claras ou não.
Insistindo em olhar o horizonte. Terra firme onde estará?
Navega barco sem rumo, sem leme.
Ventos o guiam sem que escolha o destino.
Pintura interior desbotada, retocada, lustrada.
Sal de lagrimas, realidade temperada.
Claro, escuro, dia, noite, navegando.
Tempo de validade da madeira terminando...
Sempre se perguntado:- Chegarei à terra firme ou não?