INQUIETUDES

Clara da Costa

São tantas inquietudes,

reflexos solitários,

sonhos perdidos,

razões suicidas,

vontades insanas,

cansaços,

abraços fúteis e vazios

voados nas dobras do cotidiano,

hálitos na madrugada,

respirações a ofegar o peito,

noites insones,

arrepios febris,

feridas escondidas,

pessoas apressadas

nas ruas,

nas multidões,

por caminhos diversos separadas,

espreguiçando um adeus

em estórias inacabadas,

sangrando sentimentos

numa visceral solidão,

perdidas na imensidão de ais,

da última esperança daquele sonho vago,

onde o amor se cala,

se oculta,

sangra,

sussurra lamentos,

nostálgicas lembranças,

ilusórias verdades,

sombrios devaneios,

levianas divagações

vaga solitário na vida,

entre sombras doloridas do passado

e promessas incertas.

O tempo se arrasta fazendo o seu papel,

enquanto o destino compõe seu enredo,

transforma as horas em meras fantasias,

as dores em poesias...

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Clara da Costa
Enviado por Clara da Costa em 30/07/2012
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