Sei que o que corre é este morto silêncio

Mas não culpes minha querência!


Corre porque ocorre
Porque é assim que m'escorre ...
Respiro do lado de dentro.

O que verto, o faço  por mim e por ti
O que verto, o faço por gosto
Conferidas letras feridas

Verbo das línguas ausentes


É pois, minha sina
Ser  voz destes entes

Que s’encolhem nos cantos ,entrementes

Do aço que lhes corta a carne jamais comentam
Calam com verso oloroso,
O que força paredes e o peito arrebenta

Vestem cores e  risos 
Às próprias bocas mentem



Forçoso se faz expurgar toda dor do mundo 
Em pianíssimo, versar o fel
Afogar num mar de umidades...
Todo lamento escondido

Porque é assim que deito
Verso cuspido
Que me assombra em silêncio 


Carrego o mundo nas costas
Mas não me perguntes nada 
Não tenho respostas 



De meu olho verto todas as águas
Depois deixo que fiquem  em leito 
Paradas...

Como uma  rota sapatilha... 
Num fundo de palco...
Um mundo calado...
Versado...
Adah
Enviado por Adah em 24/07/2012
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