Sei que o que corre é este morto silêncio
Mas não culpes minha querência!
Corre porque ocorre
Porque é assim que m'escorre ...
Respiro do lado de dentro.
O que verto, o faço por mim e por ti
O que verto, o faço por gosto
Conferidas letras feridas
Verbo das línguas ausentes
É pois, minha sina
Ser voz destes entes
Que s’encolhem nos cantos ,entrementes
Do aço que lhes corta a carne jamais comentam
Calam com verso oloroso,
O que força paredes e o peito arrebenta
Vestem cores e risos
Às próprias bocas mentem
Forçoso se faz expurgar toda dor do mundo
Em pianíssimo, versar o fel
Afogar num mar de umidades...
Todo lamento escondido
Porque é assim que deito
Verso cuspido
Que me assombra em silêncio
Carrego o mundo nas costas
Mas não me perguntes nada
Não tenho respostas
De meu olho verto todas as águas
Depois deixo que fiquem em leito
Paradas...
Como uma rota sapatilha...
Num fundo de palco...
Um mundo calado...
Versado...