Foi por estes dias qu'entendi...
Durante estas friosidades
Que me sobem pelos membros
Congelando a imagem dos tempos
Foi por estes dias,
Com os pés umedecidos
Fingindo um alegrar-me,
Um abrir-me a quiméricos sóis
Cheios de braços e graças
Arrebóis
Foi por estes dias...
Por mais que quisesse,não queria.
Ao contrário,
Inda mais inversa me sentia
Mais metida em meu mundo
Meu submerso
Meu fundo...
Foi por estes dias que tudo cismei
E tudo cismei por cismar
Assim...dando de ombros
Lendo de olhos o mar
Foi por estes dias que vi
Por sorte ou azar...
Quiçá...
O homem nada sabe do tudo
Anda idiota no mundo
Caminha no escuro
Finca mourões no absurdo
Mente infundada...
Em lugar, diz tolices demais...
Nomeia a si próprio, sagaz
Não sente os desatadores ventos
E se acaso os sente,
Chama a isto ,ressecado
E umedece co'a língua
A quase morta pele dos lábios
Não goza o bom dum riso esboçado
Ou se lhe'scapa,
Paralisa os nervos da cara
Qu’é pra nunca mais correr riscos
E nem deita rabiscos...
Qu’é pra não remoerem um dia,
O quão grande poderia haver sido
Qu’é pra não ser...
Porque tudo isto é segredo escondido
Nas mentes perdidas,
No instante jamais sabido.....