Não sei com quem falo neste instante...
Uma árvore
Um pedaço de mar
Um braço de rio
Um cão vadio
Um poeta
Um deus distante
Quiça...
Penso que um tanto de mim adormeceu...
E neste tempo
Muito aconteceu
Sou a dualidade vestida em carne
Um deslocamento de idéias
Uma constante inconstância
Minha insana dança
Meu mais íntimo passo ensaiado
Frente ao espelho de mim executado
Não sei o que sei
Apenas a mim aceitei
E se sou este breu num espaço ensolarado,
Esta confusa profusão de sonhos emaranhados,
Afirmo à bocca chiusa que vi demais
Afirmo agora que aqui cheguei.
Afirmo, porque caminhei pisando em meus risos e ais
Afirmo, porque caminhei até meus pés não retornarem jamais...