E como haverá então soerguimento
Se fora ceifado todo o braço
E vaga sem rumo o acalento?
Como haverá soerguimento
Se o riso perdeu os dentes
E seus restos dormem nus
Castigados pelo tempo
Onde fará-se o sol neste momento?
Em ti?
Em mim?
Perjuras!
É finito o tempo!
Moram em baús todos os sentimentos
Em sótãos,
Em vidraças quebradas
Na gélida noite que guardou a esperança
Mas morreu de frio...
Ao relento...
Não!
Não haverá soerguimento
Só um sussuro ao longe
Como fora fim de voz
Mas que em verdade
É um pedaço entristecido de vento...
E se outrora ocorrido jamais fora,
Não há que ser ora meu verso entendido
É pois tinido finíssimo
Que só ao ouvido dos loucos e bichos
Vez ou outra é percebido