E como haverá então soerguimento
Se fora ceifado todo o braço
E vaga sem rumo o acalento?

Como haverá soerguimento 
Se o riso perdeu os dentes
E seus restos  dormem nus
Castigados pelo tempo

Onde fará-se o sol neste momento?
Em ti?
Em mim?
Perjuras!

É finito o tempo!

Moram em baús todos os sentimentos
Em sótãos,
Em vidraças quebradas

Na gélida noite que guardou a esperança
Mas morreu de frio...
Ao relento...


Não!
Não haverá soerguimento
Só  um  sussuro ao longe
Como fora fim de voz
Mas que em verdade
É um pedaço entristecido de  vento...


E se outrora ocorrido jamais fora, 
Não há que ser ora meu verso entendido
É pois tinido finíssimo
Que só ao ouvido dos loucos e bichos 
Vez ou outra é percebido


Adah
Enviado por Adah em 17/07/2012
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