Drogas lícitas

Ilusão e fantasia fervem, águas termais,

acenam muito, mesmo não tendo nada;

Prometem legumes de alheios quintais,

até que os fatos vêm frios, como geada...

A verde esperança, claro, ao golpe acusa,

pois um frio demasiado, aborta sua vida;

Sempre resta uma empresa inconclusa,

onde quimera encenou sua pose de vida...

Mas, essas drogas lícitas todos injetam,

Ou fumam, sei lá, quem sabe, inalam;

findo o torpor quando realidade veta,

utopias silenciam, e os reclames falam...

Passado e futuro são nosso presente,

E o próprio, fica perdido nessa dança;

é uma jornada certa para todo vivente,

do forte saudade ao castelo esperança...

No escuro da desilusão voam pirilampos,

onde alento agoniza com o pé na cova;

a fria geada queimou todos os campos,

mas, primavera virá, trazendo grama nova...